vou encarar a escrita como um rascunho

se não colar, vira conceito

eu desenho letras.

mas confesso: sempre gostei muito de escrever. foi isso que me trouxe até aqui.

foi a forma que encontrei de lidar com os meus sentimentos. o problema? eu morro de vergonha de mostrar o que escrevo. prefiro morrer.

e aqui estou eu: morto. porque, né, por que não me forçar a encarar essa COISA? meio masoquista? talvez. mas aqui estamos.

essa newsletter é meu jeito de tentar quebrar essa barreira. escrever sobre vulnerabilidade parece um bom lugar para começar. afinal, tá todo mundo fingindo que tá bem, mas, na real, ninguém sabe exatamente o que tá fazendo. eu incluso.

quero trocar ideias sobre frustrações, indecisões, aquelas dúvidas que aparecem no meio do caminho. as coisas que todo mundo que trabalha com criatividade sente, mas nem sempre fala sobre.

então é isso: vou escrever pra caralho este ano. um menino lindo uma vez me disse que posso encarar a escrita como um rascunho. ir ajustando enquanto escrevo, melhorando no próximo. assim como faço com meus desenhos. vai ser confuso, às vezes estranho, mas, quem sabe, dessa bagunça nasce algo interessante.

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nos últimos anos, tive uma ideia que me deixou MUITO animado: criar um livro de adesivos, todos feitos por mim. seria uma forma de mostrar minha habilidade com o meu trabalho e celebrar minha trajetória de um jeito especial. parecia perfeito, mas nunca consegui colocar isso como prioridade.

no fim de 2023, finalmente me organizei e mergulhei no projeto. foram cinco meses dedicando de 4 a 5 horas por dia – às vezes até mais. no meio do ano, eu tinha 675 letterings novos, todos de estilos diferentes. era minha forma de mostrar o que sou capaz de fazer. ou, como eu dizia, estilos que eu gostaria de ser pago para fazer.

além dos desenhos, decidi incluir textos. queria contar minha trajetória, minha relação com o trabalho e até fazer um resumo da história dos stickers no mundo. no início, pensei em chamar alguém para escrever, porque imaginar alguém lendo algo escrito por mim parecia meio micoso. comecei rascunhando um guia para quem fosse colaborar, mas, com a ajuda da minha amiga domi ♡, acabei criando uma versão incrível dos textos. e isso reacendeu minha vontade de escrever minhas próprias coisas. aqui estou: escrevendo de novo.

desenhos e textos prontos. tudo lindo. até eu encarar a parte dos custos.

o projeto se tornou (quase) inviável. tudo MUITO caro.

frustrante.

pra deixar claro: o projeto passou por várias mudanças enquanto eu fazia os letterings e tentava ajustar os custos. quero que seja acessível, mas tá puxado – o papel tá caro demais, e papel adesivo então, nem se fala!

mas a frustração não veio porque achei que perdi tempo ou que ninguém ia ver o livro (ainda acredito que ele vai sair, só não agora). veio porque percebi que minhas ideias nascem grandes demais. cheias de camadas e complexidade. e isso, às vezes, me trava. entendi que preciso começar menor. espalhar minha energia em várias ideias e criar projetos mais simples (e baratos), que tragam pequenas vitórias ao longo do caminho.

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seja começar uma newsletter como essa, dedicando algumas horinhas da semana pra escrever (e fingir que tenho disciplina). viajar pra lugares que nunca imaginei conhecer – ou, quem sabe, vencer meu medo de pegar estrada dirigindo e só ir pra cidade vizinha mesmo. criar meu primeiro curso solo e oferecer mentorias. cozinhar mais e pedir menos comida (o que, sinceramente, já seria um milagre). fazer um novo site com uma lojinha da minha marca. gravar vídeos mostrando minha cara e revisitando meus projetos preferidos. lançar projetos incríveis com meus amigos lindos e talentosos. finalizar meu zine sobre as referências gráficas da xuxa (porque, convenhamos, é o que o mundo precisa). melhorar meu pace na corrida. estruturar um projeto focado em direção de arte pra música. aprender mais sobre milhas. e, claro, lançar meu livro de adesivos absurdamente caro.

tô escrevendo isso aqui só pra, em janeiro de 2026, eu dar uma olhada e ver o que rolou de fazer. sem pressão, só uma lista casual pra lembrar que, pelo menos, eu tentei. se não deu, tudo bem. e se deu, parabéns pra mim! janeiro de 2026 vai dizer: “esse fez o que pôde”. ou vai rir da minha cara. ambas opções aceitáveis.

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uma das melhores partes de ter uma newsletter é poder indicar as paradexxxx! quero sempre usar o último parágrafo pra compartilhar o que ando ouvindo, assistindo, lendo e deixar você pensando pq caralhos ninguém me mostrou isso antes???

✶ explicar quem você é explicando de onde você vem. o novo álbum do bad bunny tá impecável! tem hit, clipe ótimo, um curta lindo sobre a questão de gentrificação em porto rico, outro hit e até trend fofa. quero show, pra ontem. se quiser mais, indico uma, duas, três outras pra você virar fã que nem eu.

✶ não sei vocês mas eu AMO ver propostas recusadas de design. e esse puffy tech que os meus queridos da yukiko (aka o estúdio de design mais cool) fizeram pra esse modelo de controladora da pioneer? infelizmente, só vai viver só nos nossos corações.

✶ não li nada esse mês, mas devorei vários vídeos do meu queridinho canal no youtube answer in progress. a edição é muito espertinha e os temas que eles escolhem falar são muito interessantes. filosofia, lifestyle, curiosidades do dia a dia. começa por esse aqui e me agradece depois.

✶ devido aos últimos acontecimentos dramáticos na minha vida, tô revendo insecure pela segunda vez e queria só deixar aqui meu amor eternoooo pela trilha sonora IMPECÁVEL da terceira temporada. em especial, essaaaaaaa

✶ sou noveleiro assumido e tô a-pai-xo-na-do por garota do momento. é uma mistura de hairspray com jane the virgin e um tiquinho de mad men. só assiste :)

✶ fiz uma playlist com as músicas mais fodas que ouvi ano passado. chama “what a devastating turn of bops” e a ideia é ir sempre atualizando, enquanto arranjo uma desculpinha pra criar uma capinha maneirinha de vez em quando.

✶ severance tá de volta amanhã. 🙃